Café Das Camareiras letra

Vou fazer a descrição
Dum café de camareiras
Que havia na Mouraria
Lembrar tempos que lá vão
De fidalgos e rameiras
E cenas de valentia

Os fadistas são atores
O cenário é a ralé
Com isso ninguém se ilude
Nós somos os espectadores
O teatro é o café
Do cantinho da saúde

É bom que ninguém se afoite
Vão dar-se cenas canalhas
Nesses antros de má fé
Eram dez horas da noite
Entrou a rusga às navalhas
P'las portas do café

O Pinóia da guitarra
Fadista bem conhecido
Parou de cantar o fado
Há burburinho, algazarra
E um fidalgo destemido
Negou-se a ser apalpado

Rufias falam calão
E uma camareira esperta
Chegou-se com ligeireza
À beira de um rufião
Sacando a navalha aberta
Que este espetara na mesa

Depois da rusga abalar
Entraram muitas rameiras
Há movimento, alegria
Há fadistas a cantar
Várias cenas desordeiras
Era assim a Mouraria

Alfredo Marceneiro - Letras

• A Camponesa e o Pescador
• A Casa da Mariquinhas
• A Minha Freguesia
• Amor de Mãe
• Amor É Água Que Corre
• Amor Zagal
• Antes e Depois
• Bairros de Lisboa
• Bêbado Pintor
• Cabaré
• Cabelo Branco É Saudade
• Café Das Camareiras
• Colchetes de Oiro
• Conceito
• Depois do Leilão
• Despedida
• Domingo de Agosto
• Empate Dois a Dois
• Fado Bailado
• Fado Cravo
• Fado da Balada
• Fado Laranjeira
• Foi Na Velha Mouraia
• Há Festa Na Mouraria
• Ironia
• Já Sabem da Mariquinhas
• Janela da Vida
• Laranjeira Florida
• Lembro-me de Ti
• Menina do Mirante
• Mocita Dos Caracois
• Moinho Desmantelado
• Nos Tempos Em Que Eu Cantava
• O Bailado Das Folhas
• O Leilão da Mariquinhas
• O Lenço
• O Louco
• O Marceneiro
• O Natal do Moleiro
• O Pagem
• O Pierrot
• O Remorso
• O Testamento da Mariquinhas
• Oh Águia
• Quadras Soltas
• Remorso
• Senhora do Monte
• Sinas
• Sonho Dourado
• Tricana
• Viela